Edifícios Energia Zero

Os Edifícios Energia Zero (ou Edifícios com Necessidades Quase Nulas de Energia, na terminologia da União Europeia) incluem edifícios residenciais mas também escolas, escritórios, hospitais e outros edifícios.

Os Edifícios Energia Zero (EEZ) são um tipo avançado de edifícios de muito baixo consumo energético; tipicamente são edifícios totalmente elétricos, com as suas próprias fontes renováveis de produção de eletricidade.

Estes edifícios não são necessariamente autossuficientes 24 horas por dia, 365 dias por ano, nem estão desligados da rede elétrica; pressupõe-se que - na esmagadora maioria dos casos - eles estejam ligados à rede, e que forneçam eletricidade a essa mesma rede nos períodos e dias em que as condições ambientais sejam favoráveis, e que por outro lado recebam eletricidade dessa mesma rede durante os períodos do dia (tipicamente à noite) e do ano em que as fontes de produção de eletricidade do edifício estiverem a níveis insuficientes ou nulos.

edifícios energia zeroSão, por outro lado, igualmente Edifícios Emissões Zero (Emissões de CO2 e outros gases de estufa), o que é fundamental para a resolução do problema da mudança climática e para a prevenção dos seus desastrosos efeitos sobre as futuras sociedades humanas: tempestades, inundação das cidades e zonas costeiras, doenças... Muito do nosso futuro depende deste tipo de construção.

Emissões Zero

Os edifícios são o problema. Os edifícios são a solução!

Este slogan da organização Architecture2030 diz-nos bastante da importância dos EEZ. Estes edifícios – e a questão da construção sustentável - não são uma questão menor e basicamente técnica ou burocrática.

Há que não esquecer que, em termos mundiais, os edifícios são - direta e indiretamente - os principais responsáveis pelas mudanças climáticas e pelo aquecimento global. E isso porque os edifícios - residenciais, escolares e outros - consomem cerca de 40% da energia produzida no nosso planeta (cerca de 70% da eletricidade e mais de 30% do gás natural). Daí o seu papel fulcral em termos ambientais.

Pode usar o gráfico acima desde que inclua menção da autoria do mesmo a GuiaCasaEficiente.com. COPIE O CODIGO ABAIXO e cole-o à sua página, blog ou post. Para dezenas de outros recursos ilustrados, ver lista.

Edifícios Energia Zero = Emissões Zero de CO2

Definições de Edifícios Energia Zero:

Definição da União Europeia:

Edifícios Energia Zero são “edifícios com um desempenho energético muito elevado (...). As necessidades de energia quase nulas ou muito pequenas deverão ser cobertas em grande medida por energia proveniente de fontes renováveis, incluindo energia proveniente de fontes renováveis produzida no local ou nas proximidades” (artigo 2, Diretiva 2010/31/EU, 19 Maio)

Definição do California ZNE Residential Action Planning Effort:

«Um Edifício Energia Zero produz níveis de energia semelhantes ao seu consumo no período de um ano. Estes edifícios atingem o nível zero de energia através de elevados níveis de eficiência energética e através da instalação de sistemas de eletricidade verde, tipicamente sistemas solares fotovoltaicos montados no próprio edifício».

Nota: como se pode ver da análise das duas definições, a definição americana é ligeiramente mais ambiciosa; a definição europeia não exige que os edifícios gerem necessariamente 100% da eletricidade; seja como for, ao apontar para edifícios de muito baixo consumo energético, e ao exigir que eles tenham o seu próprio sistema de produção elétrica, ou que a eletricidade seja fornecida por uma fonte renovável situada nas proximidades, mesmo os novos edifícios europeus deverão passar a produzir, na sua esmagadora maioria, 100% da eletricidade consumida (a partir de 2020, data da entrada em vigor do normativo da Diretiva).

Características dos EEZ

Os edifícios energia zero são de muito baixo consumo energético, o que significa que deverão ter…

- elevados níveis de isolamento e selagem em todo o seu envelope:
- janelas e portas supereficientes energeticamente;
- sistemas elétricos, produtos da eletrónica e equipamentos (incluindo eletrodomésticos, no caso dos edifícios residenciais) altamente eficientes;
- uma localização, orientação solar e enquadramentos adequados;
- design “inteligente”.

Ver: Características dos Edifícios Energia Zero

Edifícios Energia Zero e fornecimento de eletricidade à indústria e ao setor dos transportes

Convenientemente equipados com energia solar fotovoltaica (ou com outras fontes de produção renovável de energia), os edifícios energia zero poderão não apenas preencher as suas necessidades energéticas mas também vender eletricidade à rede.

Noutras palavras: além de libertarem eletricidade (aquela que tradicionalmente consumiam) para a futura rede de carros elétricos, os edifícios energia zero poderão também fornecer e vender eletricidade para a indústria, ao mesmo tempo que podem possibilitar – à escala mundial – a desativação progressiva de milhares de centrais de produção elétrica a carvão ou atómicas.

Ver: Edifícios Energia Zero, Indústria, Veículos Elétricos

Edifícios energia zero vs. Casas Passivas (Passive Houses) e Construção sustentável

Os conceitos de Casa Eficiente, Casa Passiva, Construção Sustentável e outros semelhantes são obviamente conceitos interligados. Todos eles apontam para edifícios de muito baixo consumo energético.

O conceito de construção sustentável sublinha muito especificamente questões como o tipo de materiais utilizados, a redução do desperdício associado à construção e ao funcionamento dos edifícios, e o seu impacto ambiental global, mas para serem sustentáveis os edifícios terão que ser igualmente eficientes energeticamente.

Como um dos fundadores (Dr. Wolfang Feist) do conceito de Casa Passiva explica, tendo em conta nomeadamente a situação dos países de clima frio e temperado, “um edifício que produz um excedente de energia no Verão não tem necessariamente um bom balanço energético. Os sistemas fotovoltaicos produzem relativamente pouca energia nos períodos desfavoráveis do inverno, quando há mais necessidade de energia para aquecimento. (…) As necessidades de energia para aquecimento exigem que os edifícios sejam antes de mais energeticamente eficientes. Daí que o conceito Passive House [e de eficiência energética…] seja indispensável.”

Ver:
Passive Houses
Edifícios Energia Zero, Emissões Zero

Custos e preços dos Edifícios Energia Zero

Qual o custo dos EEZ? É uma questão que imediatamente nos ocorre, conjuntamente com a questão de como pagar e financiar os possíveis custos adicionais colocados por este tipo de edifícios.

Instalar janelas e portas exteriores eficientes, ou altos níveis de isolamento térmico em toda a envolvente do edifício tem custos. E é por isso que muitas estimativas apontam para custos adicionais da ordem dos 5% a 20%…

É certo que os custos podem ser mais reduzidos do que os valores acima, quando comparados com os custos de edifícios com sistemas de aquecimento ou arrefecimento sofisticados: os EEZ podem reduzir drasticamente as necessidades de ar condicionado e aquecimento.

Além disso, se instalados em larga escala, em grandes projetos, as reduções nos custos (dos sistemas fotovoltaicos, das janelas, do isolamento...) podem ser muito significativas - e é essa a razão explicativa por que grandes multinacionais estão a instalar grandes sistemas de produção elétrica fotovoltaica nas suas instalações. A grande dimensão do projeto permite economias de escala avultadas.

Ver: Oportunidades, financiamento e custos dos EEZ

Grandes projetos EEZ

A União Europeia, através da sua Diretiva 2010/31/EU, estabeleceu que todos os “Estados membros devem assegurar que partir de 31 de Dezembro de 2020 todos os novos edifícios tenham um consumo energético quase nulo”.

A California tem um projeto semelhante para os edifícios residenciais, a partir 2020 (e para os outros edifícios a partir de 2030).

Mas o Japão e certas jurisdições chinesas estão também a considerar projetos globais do tipo Edifícios Energia Zero.

Ver:
Edifícios energia quase Zero Europa
Edifícios energia Zero Portugal e Brasil

Ver também:
Arquitetura, arquitetos e edifícios energia zero
Escolas Energia Zero
Governos locais e edifícios energia zero

 

 

 

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