EdifÍcios Energia Zero: modelos de financiamento e oportunidades

Sob o ponto de vista geral e político a implementação de um grande projeto de Edifícios Energia Zero (EEZ) - como será o caso dos projetos europeu, japonês e californiano para 2020 - é uma tarefa repleta de dificuldades, mas também de oportunidades.

É importante que esses projetos avancem, já que é o nosso futuro ambiental que está em jogo. Os Edifícios Energia Zero são uma peça essencial na luta contra a mudança climática e as suas previstas e nefastas consequências: inundação de cidades e zonas costeiras, doenças, desastres naturais... Há que não esquecer que as nossas casas e outros edifícios são os maiores consumidores de energia a nível mundial, e que - nessa perspetiva - são os principais responsáveis pelas emissões de gases de estufa.

Mas não são apenas ganhos e imperativos ambientais. A implementação de políticas de Edifícios Energia Zero permitem outros ganhos, incluindo enormes oportunidades económicas, como se mostra a seguir.

Vantagens dos Edifícios Energia Zero

Casas, escolas, hospitais ou escritórios Energia Zero oferecem maior conforto e faturas zero em eletricidade e gás, além de serem mais saudáveis e de não produzirem gases de estufa.

Por outro lado, permitem a libertação de eletricidade para o setor industrial e para o futuro setor dos veículos elétricos, e oferecem um mundo imenso de oportunidades de negócio para promotores imobiliários e construtores, arquitetos, investidores e prestadores de serviços, ou para fornecedores de energia e de materiais e módulos para os Edifícios energia zero (janelas supereficientes, módulos de isolamento térmico, etc.).

Trata-se, afinal, de um negócio de triliões de euros, literalmente – um negócio envolvendo milhões de edifícios, e uma larga fração do setor energético. Os Edifícios Energia Zero desativarão, a nível mundial, milhares de centrais elétricas funcionando com base em energias fósseis ou atómica, e essa substituição progressiva – ao longo de décadas – permitirá um mundo de novas oportunidades e de novos negócios a nível do setor energético e da construção.

Um quebra-Cabeças

Há de qualquer modo que não esquecer dificuldades e problemas como os custos iniciais dos projetos, ou a falta de informação e consciência pública, ou questões como interesses de curto prazo, falhas de mercado e conceções erradas sobre o que está em causa.

Construir escolas, casas e outros edifícios com altos níveis de isolamento térmico e com múltiplos melhoramentos energéticos e módulos fotovoltaicos ou outros, pode aumentar os custos dos edifícios em 10% ou 20%, o que só por si gera naturais resistências.

O investimento pode ser recuperado num período de 5, 10 ou 15 anos, através de poupanças energéticas, mas isso não irá anular as resistências de quem se confronta com custos iniciais mais elevados.

Existem conflitos de interesses que há que ter em conta: os arrendatários, por exemplo, não têm incentivos para melhorar edifícios que não são seus, enquanto os donos dos edifícios não se sentirão incentivados a melhorar o conforto térmico dos seus edifícios, sobretudo se os custos energéticos do dia-a-dia forem pagos pelos arrendatários.

E há também questões como a inércia, a falta de informação ou sonhos deslocados – sonhos de quem constrói ou compra casas de grandes dimensões, com largas janelas e superfícies envidraçadas, edifícios de pé-alto e outras opções intrinsecamente ineficientes sob o ponto de vista energético.

Ou questões como a competitividade de certos componentes dos Edifícios Energia Zero: os preços dos sistemas solares fotovoltaicos, ou das janelas supereficientes e dos pacotes de isolamento térmico só descem significativamente e só se tornam competitivos em relação às alternativas tradicionais quando instalados em larga escala, em grandes projetos. Sem grandes projetos e parcerias envolvendo bancos, investidores ou grandes fornecedores de materiais, os custos dos Edifícios Energia Zero (EEZ) podem ser demasiado altos.

Parcerias envolvendo EEZ

A instalação de painéis solares fotovoltaicos é um bom exemplo das dificuldades associadas a Edifícios Energia Zero, e também um exemplo de como ultrapassar essas dificuldades.

Os painéis fotovoltaicos têm vindo a baixar imenso de preço, o que os torna competitivos com outras formas de energia. Existem no entanto outros custos – licenças, inspeções, preparação e planeamento local da instalação, ligações e componentes elétricas como transformadores e inversores de corrente – que podem fazer disparar os preços finais desses sistemas. Ver: Preços sistemas solares fotovoltaicos.

A solução? Projetos de grande envergadura, com parcerias envolvendo os governos locais, bancos e grandes instaladores.

A instalação em grande escala permite procedimentos estandardizados e padronizados, ao mesmo tempo que a participação das entidades locais permite eliminar ou reduzir drasticamente custos de licenciamento, inspeção e outros. Por outro lado, as parcerias com bancos permite a conjugação de grandes montantes de capitais e a oferta de sistemas de leasing.

É uma solução fundamental, possível no quadro de grandes projetos, como se refere a seguir.

Modelos de financiamento dos melhoramentos energéticos

As formas de financiamento tradicional dos empreendimentos e renovações imobiliárias não é a ideal, no quadro da construção de Edifícios Energia Zero ou da renovação energética dos edifícios existentes.

Não é expetável que esses modelos de financiamento gerem resultados significativos. O mercado por si só não promoverá uma alocação eficiente de recursos (ver Infográfico Falhas de Mercado).

Os custos adicionais associados aos Edifícios Energia Zero (ou aos melhoramentos energéticos de edifícios existentes) deve ser preferencialmente suportado por companhias de leasing solar ou pelas companhias elétricas ou por outros empresas fornecedoras, associadas a bancos e fundos de financiamento.

No caso de projetos em edifícios existentes, os donos dos edifícios poderão inclusivamente delegar em terceiros a iniciativa dos melhoramentos a executar, incluindo a parte de projeto e de financiamento.

A ideia base é isentar os proprietários dos edifícios de qualquer investimento inicial, ou sequer de pagamentos mensais acrescidos. Eles apenas terão que pagar – durante um período de tempo conveniente e contratualmente estabelecido – o que normalmente pagariam em termos de custos energéticos, caso não tivesse montado os sistemas de conservação e produção de energia renovável (instalados no âmbito dos EEZ).

Ver:  Financiamento de Edifícios Energia Zero

Edifícios energia zero

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