As escolas portuguesas e brasileiras E a aposta na energia solar

Por que não estão as nossas escolas a instalar painéis solares fotovoltaicos nos seus telhados e instalações, seguindo exemplos que se estão a banalizar nalguns outros países?

Esta questão pode parecer desfasada e largamente vazia de sentido, nomeadamente para os que estão ligados aos meios escolares. Os sistemas de financiamento das escolas públicas, o regime de tutela, ou a própria dinâmica dos atuais sistemas escolares e as suas solicitações imediatas, tornam a questão da energia solar nas escolas pouco urgente ou envolvendo obstáculos aparentemente inultrapassáveis.

Podem haver muitas e boas razões para instalar sistemas fotovoltaicos nas nossas escolas, mas isso é um cenário longínquo; há questões bem mais urgentes - é deste modo que a questão se coloca para a maioria dos responsáveis escolares.

E no entanto, sem querer desvalorizar os obstáculos à instalação de painéis solares nos edifícios escolares, o cenário de escolas produzindo a sua própria energia solar, ou mesmo ganhando dinheiro com esses sistemas, começa a colocar-se, ou vai colocar-se nos próximos anos.

A solar ? limpa, instalemo-la

A Directiva 2010/31/UE e os edifícios Energia Zero

No caso português há uma razão legal imediata, com origem na União Europeia, que deve ser tida em conta.

A Directiva 2010/31/UE, no seu artigo 9º, estipula que os novos edifícios públicos sejam, a partir de 2018, Edifícios de Energia Zero, o que quer dizer – em termos práticos – que os novas escolas deverão ser equipadas com painéis solares fotovoltaicos de modo a preencherem os seus consumos elétricos.

É certo que é uma obrigação que só vai abranger as novas escolas, ou que pode vir a ser desvirtuada, mas ela demonstra que a questão da instalação da energia solar fotovoltaica nas Escolas está bem mais próxima do que muitos imaginam.

O exemplo de outros países

Há, mundo fora, algumas dúzias de Escolas a apostar na energia solar fotovoltaica. O seu número pode não ser ainda muito significativo, mas mais uma vez prenuncia uma realidade que se nos vai colocar a curto prazo.

E há algumas boas razões para que Escolas estejam na primeira linha: a generalidade das escolas, mundo fora, gasta mais em energia do que em apoios aos alunos, ou em computadores e outros equipamentos; por outro lado, elas são importantes consumidoras de gás e sobretudo de eletricidade, que em parte significativa é de origem fossil e, portanto, fonte de biliões de toneladas de CO2 e outras emissões.

Por outro lado ainda, as Escolas são regularmente visitadas pelos membros das comunidades que servem: calcula-se que uma em cada quatro pessoas esteja em contacto direto e diário com uma escola, seja na condição de estudantes, professores, funcionários, pais, ou noutra qualidade.

São razões importantes para que as escolas sejam pioneiras no processo de transição para um mundo de energia limpa e sem emissões de gases nocivos ao planeta e à nossas saúde. É uma mensagem que as escolas devem passar, e que deve ser evidenciada por via da instalação de painéis solares fotovoltaicos.

Mas há também razões de natureza mais económica, ilustrada pela prática de grandes e conhecidas empresas mundiais.

O exemplo das empresas

Empresas como a Google, a Apple, a Intel, a Walmart e dezenas de outras grandes multinacionais estão a instalar largas superfícies de painéis fotovoltaicos nas suas instalações. Obviamente, estão-no a fazer porque - face à evolução recente dos custos dos painéis solares – a eletricidade fotovoltaica é neste momento um bom investimento, desde que instalada em grande escala e desde que hajam meios de financiamento.

Daí a interrogação: se as grandes multinacionais o estão fazer, porque não replicar o seu exemplo em escolas de dimensão média e grande (a questão da escala é muito importante, nesta fase, para tornar a energia solar competitiva)?

É óbvio que falta– no caso português ou brasileiro – empresas de leasing solar, financiamentos bancários, programas e projectos estatais e locais, mas é importante que se comece a pensar e a criar as condições para projetos solares para as Escolas. Há que congregar vontades, dinâmicas, parcerias...

Ver o seguinte infográfico:
As Escolas devem dar o exemplo a nível da instalação de painéis solares fotovoltaicos.

 

 

 

 

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